Este blog foi criado com o intuito de compilar textos produzidos pelos alunos da UnB da disciplina oficina literária, oferecida pela professora Elizabeth Hazin no primeiro semestre de 2013. Este espaço tambem será usado para divulgar informações e notícias relativas a livros e textos que possam acrescentar algo à nossa experiência literária.
A mais importante reportagem do século XX - um retrato de
seis sobreviventes da bomba atômica escrito um ano depois da explosão. Quarenta
anos mais tarde, o repórter reencontra seus entrevistados. A bomba atômica
matou 100 mil pessoas na cidade japonesa de Hiroshima, em agosto de 1945.
Naquele dia, depois de um clarão silencioso, uma torre de poeira e fragmentos
de fissão se ergueu no céu de Hiroshima, deixando cair gotas imensas - do tamanho
de bolas de gude - da pavorosa mistura. Um ano depois, a reportagem de John
Hersey reconstituía o dia da explosão a partir do depoimento de seis
sobreviventes. Quarenta anos depois, Hersey voltou a Hiroshima e escreveu o
último capítulo da história dos hibakushas - as pessoas atingidas pelos efeitos
da bomba. Hiroshima permitiu que o mundo tomasse consciência do catastrófico
poder de destruição das armas nucleares. Para baixar o livro clique AQUI
Paulo Nagai descreve o tenebroso 09 de agosto de 1945, com a
autoridade de quem sobreviveu à bomba atômica lançada sobre Nagasaki , e
procura entender tudo do ponto de vista cristão e católico. Baseando-se em suas
convicções espirituais, o autor, ainda que narrando com terrível riqueza de
detalhes os horrores ocasionados pela queda da bomba, lança ao mundo um apelo
de amor e concórdia que comoverá o leitor. Será feliz a era atômica? Para baixar o livro clique AQUI
De vez em quando, os portugueses perguntam-me sobre o tempo no Japão. Como conhecem bem o tempo em Portugal, que é óptimo, querem saber quais são as diferenças. Respondo que o vosso é muito melhor que o nosso. O Japão é composto de 4 ilhas e é muito comprido. Por isso, depende o tempo é muito diferente, depende de zona para zona. Aqui, escrevo concretamente sobre Tóquio. A Primavera começa no fim do Março. Não chove muito e as flores florescem nos jardins. Não faz muito calor nem muito frio. É uma época linda e agradável e muitos japoneses adoram-na. Em meados de Junho começa a chover. Este período chuvoso dura quase 1 mês. O céu está sempre escuro, as roupas lavadas demoram muito tempo a secar e chove frequentemente. Usamos o guarda-chuva todos os dias. Sentimo-nos deprimidos e quase ninguém gosta desta época. Depois de acabar a chuva, começa o Verão. A temperatura no Verão é quase igual a Portugal, porém há mais humidade e sente-se mais o calor. O sol não é tão forte como cá, mas apesar disso, sem ar-condicionado, acho que não conseguia viver lá. Em Setembro, começa o Outono. Tal como os vendedores de castanha assada em Portugal, vemos os de batata-doce assada no Japão. As folhas das árvores ficam de várias cores como vermelho e amarelo. É muito lindo e assim como a primavera, gostamos do Outono. Há muitas expressões sobre outono. Por exemplo; O saudoso outono da leitura. O outono do apetite. O outono dos desportos. O coração dos homens(das mulheres) é céu de outono. Que agradável é ver os cavalos a engordar ao céu límpido do outono. Gostamos do Outono, mas nesta estação, temos "tufões" algumas vezes. Este vento horrível destrói várias coisas e ao mesmo tempo chove fortemente. É muito perigoso sair de casa neste dia. O tipo é diferente dependente do ano. E, em Novembro(mais ou menos), começa o Inverno. O Inverno é mais frio que cá. Muitas pessoas vestem "Trench Coat" como casaco normal. Para nós, não é gabardina e mesmo que não esteja a chover, vestimo-lo. Raramente, 2 ou 3 vezes por ano, cai neve em Tóquio. Quando eu era pequena e morava em Hokkaido, norte do Japão, gostava de ver a neve e de brincar com ela. Mas agora não, porque quando temos neve, pára quase tudo em Tóquio como por exemplo os transporte e é muito inconveniente. Sou Japonesa e gosto muito do Japão. Mas, o tempo e as estações cá são melhores e adoro-os. O Verão quente, seco e agradável é óptimo. E o Inverno não é muito frio. Acho estrahno quando os portugueses dizem "Hoje está como o Alasca!", "É a Sibéria!" e "Sou pinguim!" apesar de terem vestido 2 camisolas, um pull-over e 3 casacos! São tão friorentos.... Fonte: http://homepage2.nifty.com/~castanha/habitp8.htm
Existe uma lenda milenar japonesa segundo a qual, aquele que fizesse mil tsurus* de origami** teria um pedido atendido pelos deuses. Mas essa lenda ficou mundialmente conhecida com a triste história de uma garotinha chamada Sadako Sasaki.
Sadako nasceu em Hiroshima e tinha apenas dois anos de idade quando os americanos lançaram a bomba atômica sobre a cidade. Ela vivia distante do epicentro da bomba e juntamente com a mãe e o irmão, saiu ilesa do ataque. Mas consta que durante a fuga, eles foram encharcados pela chuva negra (radioativa) que caiu sobre Hiroshima ao longo daquele dia fatídico.
Retomando suas vidas após o término da guerra, Sadako e sua família viviam normalmente e ela era uma garota aparentemente saudável até completar doze anos de idade. Em janeiro de 1955, durante uma aula de educação física, Sadako, que adorava corridas, sentiu-se mal, com tonturas. Os dias se passaram e novamente o mal estar fez com que ela caísse no chão, sem sentidos. Socorrida e levada a um hospital, depois de alguns dias surgiram marcas escuras em seu corpo e o diagnóstico foi de leucemia, doença que já estava matando outras crianças expostas à bomba. Na época a leucemia era até chamada de "doença da bomba atômica". Ela foi internada em fevereiro de 1955, recebendo a previsão de sobrevida de apenas 1 ano.
Em agosto desse mesmo ano, sua melhor amiga, Chizuko Hamamoto foi visitá-la no hospital. Chizuko fez uma dobradura de tsuru e presenteou Sadako, contando-lhe a lenda dos mil tsurus de origami.
Sadako decidiu fazer os mil tsurus, desejando a sua recuperação. Mas a doença avançava rapidamente e Sadako cada vez mais debilitada, prosseguia dobrando lentamente os pássaros, sem mostrar-se zangada e sem entregar-se.
Em dado momento Sadako compreendeu que sua doença era fruto da guerra e mais do que desejar apenas a sua própria cura, ela desejou a paz para toda a humanidade, para que nenhuma criança mais sofresse pelas guerras. Ela disse sobre os tsurus: "Eu escreverei PAZ em suas asas e você voará o mundo inteiro".
Por fim, na manhã de 25 de Outubro de 1955, Sadako dobrou seu último tsuru e faleceu, amparada por sua família. Ela não conseguira completar os mil origamis, fizera 644. Mas seu exemplo tocou profundamente seus colegas de classe e estes dobraram os tsurus que faltavam para que fossem enterrados com ela.
Tristes e sensibilizados, os colegas decidiram fazer algo por Sadako e por tantas outras crianças. Formaram uma associação e iniciaram uma campanha para construir um monumento em memória à Sadako e a todas as crianças mortas e feridas pela guerra. Com doações de alunos de cerca de 3100 escolas japonesas e de mais nove países, em 1958, foi erguido em Hiroshima o Monumento das Crianças à Paz, também conhecido como Torre dos Tsurus, no Parque da Paz.
O monumento de granito simboliza o Monte Horai, local mitológico, onde os orientais acreditam que vivem os Espíritos. No topo do monte está a jovem Sadako segurando um tsuru em seus braços estendidos. Na base do monumento estão gravadas as seguintes palavras:
"Este é nosso grito,
Esta é nossa oração:
PAZ NO MUNDO"
Todos os anos, milhares e milhares de tsurus de papel colorido são enviados de toda parte do Japão e do mundo, num gesto de carinho que demonstra também a preocupação das crianças e o poder delas de trabalhar por uma causa justa.
Certamente foi doloroso para Sadako aceitar a própria morte com apenas doze anos de idade, mas deixou um exemplo para a posteridade, num gesto poderoso de devoção e amor ao próximo. Que as crianças do mundo todo desejem pacificamente o mesmo que Sadako: um mundo melhor, sem guerras.
* Grou (português) => Tsuru (japonês)
Não confundir: cegonha é cegonha, garça é garça e grou é grou. Tsuru não é cegonha, nem garça, mas grou em japonês. Nome Popular: Grou-do-japão/Grou-da-manchúria Nome Científico: Grus japonensis Ordem: Gruiformes Família: Gruidae ** Origami - arte de dobrar papéis
No Japão evita-se o uso do termo sobreviventes para as pessoas que sofreram os ataques em Hiroshima e Nagasaki, uma vez que enfatizar que elas ainda estão vivas poderia ser um desrespeito aos mortos. Utiliza-se o termo "gembakusha", que significa "pessoas afetadas pela radiação".
Sentido: Independente do lugar em que se mora, você pode vir a amá-lo.
Toranu tanuki no kawa zan'you
Literalmente: Não conte com a pele antes de apanhar o animal.
Sentido: Não conte com os ovos antes da galinha os por.
Tonari no shibafu wa aoi
Literalmente: O relvado do vizinho é verde.
Sentido: A galinha do vizinho é mais gorda do que a minha.
Gou ni itte wa, gou ni shitagae
Literalmente: Ao entrar na vila, obedeça aos que nela moram.
Sentido: Em Roma, seja romano.
Sentido: Dance conforme a música.
Atama kakushite, shiri kakusazu
Literalmente: Esconde a cabeça mas não cobre o rabo.
Sentido: Resolver os problemas parcialmente.
Nakitsura ni hachi
Literalmente: Uma abelha para um rosto que chora.
Sentido: Desgraça pouca é bobagem.
Onna sannin yoreba kashimashii
Literalmente: Juntando três mulheres, barulho.
Sentido: O ideograma barulhento é formado por três ideogramas mulher.
Nou aru taka wa tsume o kakusu.
Literalmente: A águia inteligente esconde as garras.
Sentido: Se você é bom, não precisa sair contando para todo mundo.
Sentido: Mineirinho come quieto.
Chiri mo tsumoreba yama to naru
Literalmente: O lixo, quando acumulado, também vira montanha.
Sentido: De grão em grão a galinha enche o papo.
Sentido: Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
Hana yori dango
Literalmente: Antes de flores, comida.
Sentido: Praticidade.
Iwanu ga hana
Literalmente: O não falar é uma flor.
Sentido: O silêncio vale ouro.
Yabu wo tsutsuite hebi wo dasu
Literalmente: Mecherique no arbusto e uma cobra dele sairá.
Sentido: Quem procura acha.
Baka wa shinanakya naoranai
Literalmente: A idiotice só é curada pela morte.
Sentido: Só morrendo mesmo...
Jishin, Kaminari, Kaji, Oyaji
Literalmente: Terremoto, Trovão, Incêndio e Pai.
Sentido: Lista das quatro coisas que um japonês mais deve temer. Fazia sentido quando vivíamos numa sociedade patriarcal.
Anzuru yori umu ga yasushi.
Literalmente: Dar luz à um bebê é mais fácil do que se preocupar com ele.
Sentido: O medo é maior que o perigo.
Sentido: Uma tentativa é às vezes mais fácil do que o esperado.
Ningen banji saiou ga uma
Literalmente: As coisas humanas são como o cavalo de Saiou.
Dizem que há muito tempo na China havia um ancião chamado Saiou. Um dia seu cavalo fugiu. Seus vizinhos lamentaram seu desfortúnio mas Saiou disse "quem sabe se isso não foi uma grande sorte?". Dias depois o cavalo retornou, trazendo consigo uma égua. Seus vizinhos o congratularam pela boa sorte mas ele disse "quem sabe se isso realmente foi uma grande sorte?". Algum tempo depois o filho de Saiou sai para cavalgar, cai da égua e quebra a perna. Isso foi uma grande sorte pois todos os jovens da localidade foram convocados para o exército do Imperador, e houve muitas baixas. O filho de Saiou foi o único sobrevivente.